segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Elogios à Elegância: Desvendando o Casaco Acolchoado Husky

No reino da moda masculina, encontra-se algo discreto, aparentemente despretensioso, mas fundamental. Este elemento não se incomoda ao ser tratado com simplicidade, pois não carrega qualquer vergonha das suas origens. O genuíno casaco husky, mais conhecido em Portugal pela simples designação de casaco alcochoado, deve o seu nome à raça canina que o inspirou. Idealizado por um tal Stephen Guylas, coronel americano de raízes húngaras incumbido do desenho de indumentária militar. Já reformado em solo britânico nos anos sessenta, esboçou esta peça para a prática do seu desporto predileto, o tiro. O sucesso foi imediato, propagando-se pela Europa continental nos anos 80 e, gradualmente, caindo em desuso. No entanto tem reaparecido nas colecções de várias marcas na segunda década do século XXI.




Quem se importa com quem o veste? O homem de requinte avalia o objeto em si, e o casaco acolchoado apresenta argumentos de peso.

Prático pela sua leveza e solidez, pode ser compactado numa bola no fundo de uma mala para enfrentar incertezas meteorológicas, pronto a ser usado quando necessário. Lavável na máquina, embora a minha experiência me sugira que é preferível confiá-lo a uma lavandaria a seco.

Convive facilmente, adaptando-se a diversos visuais – formal: fato escuro e gravata; informal: casaco de tweed, calças de fazenda, bombazina ou chino de algodão; casual: camisola ou cardigã, sem gravata ou com lenço, ou sem camisola, camisa, calças de algodão ou ganga. Adapta-se igualmente ao ambiente: obrigatório para rus in urbe. Por fim, ajusta-se às condições climáticas. O seu tecido hidrorrepelente enfrenta com bravura as gotas que por vezes salpicam o verde Minho. Bastante tépido, é perfeito para meia-estação e quase sempre suficiente – desde que cubra indumentária mais grossa – para desafiar o rigoroso inverno.

Esteticamente apelativo, com a gola de veludo cotelê, formato quadrado e comprimento que oculta totalmente uma peça (com três quartos), e fendas laterais fechadas com botões de pressão. O seu acolchoamento confere-lhe uma textura agradável, assim como o ligeiro brilho da fibra sintética.

Fantástico, apresenta-se em diversas cores, mas a minha preferência recai sobre o azul escuro: uma escolha que se coaduna com a discrição inata, penso eu.



Económico, esta qualidade torna-o ainda mais apetecível! O casaco Liddesdale da Barbour pode ser adquirido por cerca de cento e vinte libras em Inglaterra, mais alguns no Continente.

Quanto a desvantagens, apenas vislumbro uma após uma análise atenta: o casaco acolchoado (pelo menos o Liddesdale) carece de um bolso interno suficientemente amplo para acomodar uma carteira de dimensões padrão. Esta lacuna é tão ínfima que me sinto algo envergonhado por a ter mencionado.


Que casaco ou impermeável oferece a versatilidade e o conforto do casaco acolchoado? Aquele que o descobre questiona-se como conseguiu viver até agora sem ele.

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